
No último mês, o presidente Lula realizou uma nova visita à China, onde se encontrou três vezes com o presidente Xi Jinping. As imagens e discursos transmitiram um clima de amizade e aproximação política, mas, segundo analistas econômicos, a viagem pecou por um ponto essencial: faltou uma agenda econômica clara.
Em um momento em que o Brasil precisa atrair investimentos, aumentar exportações e diversificar sua base industrial, a visita representava uma oportunidade estratégica. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, e conversas de alto nível poderiam abrir portas para acordos bilaterais, facilitar novas tecnologias e destravar investimentos em setores como infraestrutura, energia e inovação.
No entanto, a falta de metas objetivas ou anúncios concretos deixou a impressão de que a viagem foi mais simbólica do que prática. Sem planos detalhados, o discurso de “parceria estratégica” perde força e gera dúvidas entre investidores e empresários, que buscam previsibilidade e segurança antes de apostar em novos projetos.
O Brasil não pode mais se dar ao luxo de viagens diplomáticas que resultem apenas em fotos e declarações vagas. O mundo vive uma corrida por investimentos verdes, cadeias produtivas seguras e acesso a mercados. Não participar dessa disputa de forma ativa e planejada significa perder competitividade.
- Opinião do Editor Jonas Barroso –
O Brasil precisa transformar encontros políticos em acordos reais. Antes de viagens oficiais, é essencial alinhar uma pauta econômica detalhada, envolvendo ministérios, setor privado e especialistas.
Uma agenda externa bem construída deve priorizar resultados concretos: geração de empregos, abertura de mercado para produtos brasileiros e atração de tecnologia. Somente assim a política externa se traduz em benefícios reais para o cidadão, fortalecendo o país sem cair em disputas ideológicas.